Setor de serviços apresenta queda em agosto e gera preocupações sobre desaceleração econômica
O setor de serviços, responsável pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, registrou uma queda significativa em agosto, aumentando as preocupações sobre uma possível desaceleração econômica mais forte no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados diminuiu 0,9% em comparação com o mês anterior, o maior declínio para qualquer mês desde abril de 2023. Esses números ficaram muito abaixo das projeções da Reuters, que esperava um avanço de 0,4%.
Desempenho negativo dos serviços prestados às famílias reforça perspectiva de desaceleração
Uma categoria específica que teve um desempenho negativo foi a dos serviços prestados às famílias, encerrando uma tendência ascendente que durava quatro meses. Economistas da XP Investimentos afirmam que isso reforça a perspectiva de desaceleração na atividade interna nos últimos meses. A dissipação dos choques positivos em setores menos sensíveis ao ciclo econômico e uma desaceleração nas favoráveis condições do mercado de trabalho podem levar a um crescimento próximo de zero do PIB brasileiro neste semestre. A projeção para o crescimento do PIB em 2023 mantém-se em 2,8%.
Fatores sazonais contribuem para queda nos serviços prestados às famílias
De acordo com o Itaú, o setor de serviços também decepcionou em agosto, apoiando a visão de uma desaceleração gradual na atividade no segundo semestre. A queda se deve à diminuição em quatro dos cinco principais grupos que compõem o indicador. Os serviços prestados às famílias foram os mais afetados, apresentando uma queda mensal de 3,8%, com destaque para alojamento e alimentação (-3,5%). Fatores sazonais, como feriados que impulsionaram os resultados nos meses anteriores, também contribuíram para esse movimento.
Contração no setor de transporte preocupa economistas
O grupo de transporte, armazenamento e correio teve uma contração de 2,1% em agosto, influenciado negativamente por quedas em todas as suas categorias, especialmente transporte terrestre (-0,9%), armazenamento e serviços auxiliares (-5,5%) e transporte aquaviário (-1,3%). Isso é preocupante considerando a correlação entre o setor de transporte e a atividade econômica do país como um todo.
Expectativa de reversão dos resultados negativos e necessidade de políticas econômicas
Apesar dos resultados surpreendentes, espera-se que os números negativos sejam revertidos rapidamente. No entanto, é importante observar como esses números se desenvolvem nos próximos meses e se novas políticas econômicas serão implementadas para estimular o crescimento do setor de serviços, que é vital para a economia brasileira. Com benefícios governamentais e feriados prolongados não sendo sustentáveis a longo prazo, resta uma atividade econômica com pouca vitalidade e sem capacidade para gerar crescimento endógeno.
| Resumo da Notícia |
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| O setor de serviços apresentou queda de 0,9% em agosto, levantando preocupações sobre a desaceleração econômica no Brasil. |
| A queda foi a maior desde abril de 2023 e ficou abaixo das projeções da Reuters, que esperavam um avanço de 0,4%. |
| Os serviços prestados às famílias foram os mais afetados, com uma queda de 3,8%, encerrando uma tendência ascendente de quatro meses. |
| O setor de transporte, armazenamento e correio também teve uma contração de 2,1%, influenciado negativamente por quedas em todas as suas categorias. |
| Os dados estão alinhados com o esperado em um contexto de taxas de juros elevadas, mas espera-se uma reversão dos resultados negativos. |
Com informações do site InfoMoney.
