Economista Joseph Stiglitz defende aumento de receitas e redução de taxas de juros durante visita ao Brasil
A necessidade urgente de aumentar as receitas do país, estimular o desenvolvimento e reduzir as taxas de juros foi ressaltada pelo distinto economista Joseph Stiglitz durante sua visita ao Brasil nesta semana. Sua preocupação se baseia principalmente na desaceleração econômica global que estamos enfrentando atualmente.
Stiglitz, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 2001, manifestou seu apoio às propostas apresentadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para eliminar benefícios fiscais que privilegiam os mais ricos com menor carga tributária. Em entrevista publicada pelo jornal Folha no sábado (16), ele afirmou que tais propostas seriam benéficas para a economia brasileira.
Mais igualdade tributária
O economista rejeita os argumentos dos ricos de que aumentar sua tributação seria prejudicial à economia, considerando-os egoístas e sem fundamento. Ele afirma: “Não é surpreendente que os indivíduos abastados digam: não nos taxa porque isso afetará negativamente a economia. Eu ficaria surpreso se eles não fizessem essa afirmação. É um argumento egoísta, mas não possui fundamentação econômica.” Além disso, Stiglitz defende que a tributação dos mais ricos não apenas proporcionaria receitas vitais para o governo, mas também contribuiria para a construção de uma sociedade mais igualitária, alinhando-se com o movimento internacional pela justiça tributária.
Preocupações com Europa e China
O economista também manifestou otimismo em relação aos Estados Unidos, porém expressou preocupações em relação às economias europeia e chinesa, questionando a capacidade do presidente Xi Jinping de enfrentar esses desafios. Ao mesmo tempo, Stiglitz destacou que a redução da inflação tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil foi resultado da normalização gradual da oferta e demanda após a pandemia, não de aumentos nas taxas de juros. Ele também criticou a política do Banco Central do Brasil nesse aspecto.
Crescimento econômico como prioridade
No que diz respeito às medidas de austeridade adotadas para equilibrar os orçamentos, o economista considerou essa abordagem um fracasso e defendeu priorizar o crescimento econômico como a chave para melhorar as finanças públicas. Stiglitz enfatizou que cortes indiscriminados e severos no gasto público prejudicaram mais do que ajudaram.
Em resumo, a visita de Joseph Stiglitz ao Brasil teve um impacto significativo no debate econômico nacional. Sua defesa pela tributação dos mais ricos e sua crítica às medidas de austeridade direcionaram a atenção para soluções que visam impulsionar o desenvolvimento econômico e promover maior igualdade social. Sua visão otimista em relação aos Estados Unidos contrasta com suas preocupações em relação à Europa e China, enquanto sua explanação sobre os verdadeiros motivos da diminuição da inflação destaca sua discordância com a política monetária do Banco Central brasileiro.
Resumo da Notícia |
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Com informações do site Diário do Centro do Mundo.