Política monetária restritiva pode afetar crescimento mexicano no restante de 2023, segundo a Fitch
Segundo a Fitch Ratings, o crescimento econômico do México pode ser afetado no restante de 2023 devido à política monetária restritiva. De acordo com os dados preliminares sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país no segundo trimestre, divulgados pelo escritório do Inegi, a atividade econômica se manteve estável. No entanto, altas taxas de juros podem impactar negativamente o crescimento nos próximos meses, de acordo com Carlos Morales, Diretor de Classificações Soberanas para as Américas na Fitch Ratings.
No segundo trimestre deste ano, o México registrou um crescimento sequencial preliminar de 0,9%, impulsionado pelos setores primário, secundário e terciário. Essa estimativa representa uma leve desaceleração em relação ao desempenho do primeiro trimestre, quando o crescimento foi de 1,0%. No acumulado do ano, o crescimento alcançou 3,6%, marcando a nona expansão consecutiva ajustada sazonalmente.
No entanto, Morales destaca que a postura restritiva da política monetária pode afetar o crescimento econômico nos próximos meses. Em junho, o Banco Central do México decidiu manter a taxa de juros em 11,25% devido às perspectivas inflacionárias incertas e complicadas.
Além disso, o analista da Fitch ressalta que a forte demanda externa tem impulsionado as exportações mexicanas de produtos manufaturados e as remessas para o país. O setor de maquinaria e equipamentos também apresenta um dinamismo sustentado. Esses fatores representam oportunidades significativas de crescimento para o México, considerando as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O desempenho da economia mexicana no segundo semestre dependerá do cenário nos Estados Unidos, afirma James Salazar, Vice-Diretor de Análise Econômica no CI Banco. Embora o país tenha superado uma possível recessão até o momento, ainda existe um risco presente. Salazar projeta um crescimento anual do PIB entre 2,3% e 2,4% caso ocorra uma recessão leve e breve nos EUA. No entanto, se não houver recessão, espera-se um crescimento próximo a 3%.
As projeções da Secretaria de Hacienda apontam um crescimento de 3% no PIB mexicano para os anos de 2023 e 2024. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou sua previsão de crescimento do PIB do México para 2,6% este ano, levando em consideração a lenta recuperação pós-pandemia do setor de serviços e a demanda resiliente dos Estados Unidos.
A Fitch Ratings reafirmou a classificação de risco soberano de longo prazo do México em “BBB-” com perspectiva estável. No entanto, houve um rebaixamento no rating de crédito da empresa estatal Pemex, o que gerou preocupações quanto à classificação soberana. Morales enfatiza que o rebaixamento da Pemex não afeta necessariamente a classificação soberana do país.
É importante mencionar que a classificação soberana da Fitch é limitada por indicadores fracos de governança, uma perspectiva moderada de crescimento em longo prazo e intervenção micro-política. Esses fatores podem influenciar no cenário econômico do México nos próximos meses.
Resumo da Notícia |
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PIB do México se mantém estável no segundo trimestre de 2023 |
Crescimento preliminar de 0,9% no segundo trimestre, desacelerando em relação ao primeiro trimestre |
Taxas de juros altas podem impactar o crescimento econômico |
Demandas externas impulsionam exportações e remessas mexicanas |
Desempenho econômico depende do cenário nos Estados Unidos |
Projeção de crescimento de 3% no PIB para os anos de 2023 e 2024 |
Reafirmação da classificação de risco soberano do México pela Fitch Ratings |
Rebaixamento no rating de crédito da Pemex não afeta a classificação soberana do país |
Indicadores fracos de governança e perspectiva moderada de crescimento podem influenciar o cenário econômico |
Com informações do site BNamericas.