O que aconteceu com a economia do Japão?
No início da década de 1990, o mundo estava obcecado com a ascensão do Japão como potência econômica. Analistas, líderes empresariais e o público em geral estavam fascinados com a influência das empresas japonesas. Dois livros icônicos da época, “Sol Nascente” de Michael Crichton e “Cabeça a cabeça: a próxima batalha econômica entre Japão, Europa e América” de Lester Thurow, dominavam as prateleiras e alimentavam essa obsessão.
Mas como acontece na história, o poder da ascensão se transformou em declínio. Agora, no ano de 2023, é fácil esquecer essa era de fascínio pelo Japão. O foco agora está na China, uma verdadeira superpotência econômica cuja economia já ultrapassou a dos Estados Unidos em termos de poder de compra ajustado.
No entanto, enquanto muitos se perguntam se o futuro da China será semelhante ao do Japão em termos de declínio econômico, a resposta não é tão simples. Na verdade, minha opinião é que a China pode enfrentar desafios ainda maiores. Para entender o porquê, é necessário examinar o que aconteceu com o Japão.
A história que muitos conhecem sobre o declínio japonês envolve uma bolha monstruosa no mercado imobiliário e de ações que estourou no final da década de 1980. Essa narrativa não está incorreta, mas há um fator fundamental que muitos ignoram: a demografia.
Desde meados da década de 1990, a população em idade laboral do Japão tem diminuído rapidamente devido à baixa fertilidade e à falta de aceitação de imigrantes. Sem um crescimento mais acelerado na produtividade, o Japão inevitavelmente enfrentou um declínio relativo em relação às demais economias.
No entanto, olhando além dos números, descobrimos que o desempenho econômico do Japão não foi tão ruim quanto se imagina. Ajustado pela demografia, houve um aumento significativo de 45% na renda real per capita. Os Estados Unidos tiveram um desempenho ainda melhor, mas esses números contradizem a narrativa popular de estagnação japonesa.
Além disso, gerenciar uma economia com uma população em idade laboral em declínio apresenta desafios adicionais. Normalmente, isso levaria a investimentos fracos e problemas persistentes com o emprego. Surpreendentemente, mesmo com essas adversidades, o Japão conseguiu manter altos níveis de emprego para sua população em idade laboral.
Em resumo, enquanto o mundo agora observa a China como potência econômica global, é fundamental compreender as nuances da história do Japão para evitar conclusões apressadas. O declínio japonês não foi catastrófico – foi impulsionado principalmente por fatores demográficos. Portanto, é importante analisar os desafios exclusivos que a China enfrentará e explorar estratégias sustentáveis para seu crescimento contínuo.
No final das contas, a história do Japão serve como um aviso para todos os países que enfrentam desafios demográficos e a necessidade de se adaptar constantemente às mudanças sociais e econômicas. A China tem a oportunidade de aprender com as lições do Japão e forjar seu próprio caminho em direção a um futuro próspero.
Notícia: Relatório Especial |
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No início da década de 1990, o mundo estava obcecado com a ascensão do Japão como potência econômica. |
O poder da ascensão se transformou em declínio. |
A China é uma superpotência econômica cuja economia já ultrapassou a dos Estados Unidos. |
O declínio japonês foi impulsionado principalmente por fatores demográficos. |
O desempenho econômico do Japão não foi tão ruim quanto se imagina. |
O Japão conseguiu manter altos níveis de emprego mesmo com uma população em idade laboral em declínio. |
A China enfrentará desafios únicos e precisa explorar estratégias sustentáveis para seu crescimento contínuo. |
A história do Japão serve como um aviso para todos os países que enfrentam desafios demográficos. |
A China tem a oportunidade de aprender com as lições do Japão e forjar seu próprio caminho em direção a um futuro próspero. |
Com informações do site UOL.