Estudo revela que apenas 3% dos entrevistados não acreditam em interferência política na nova política de preços da Petrobras
A nova política de preços da Petrobras tem sido acompanhada de perto pelos mercados, e um estudo realizado pela Genial/Quaest revela que apenas 3% dos entrevistados não acreditam em nenhuma interferência política no assunto.
O relatório do Goldman Sachs também analisou como essa política pode influenciar os resultados da empresa estatal. Após mais uma redução nos preços da gasolina anunciada pela Petrobras, o mercado está atento às mudanças nessa política.
A pesquisa da Genial/Quaest apontou que 63% dos entrevistados consideraram a alteração negativa, enquanto 31% a consideraram regular e apenas 6% a veem como positiva.
Investidores preocupados com a política de preços da Petrobras
A pesquisa foi realizada com 94 fundos de investimento baseados em São Paulo e Rio de Janeiro entre os dias 6 e 10 de julho. Já o relatório do Goldman Sachs, publicado na terça-feira (11), buscou analisar como essa política de preços pode afetar os resultados da Petrobras. Uma das principais preocupações dos investidores é se a empresa seguirá os valores internacionais caso haja um aumento.
Os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que, desde o início de 2023, os preços do diesel caíram cerca de 33% internacionalmente e os preços da gasolina diminuíram 13%.
No entanto, os preços praticados localmente pela Petrobras estão aproximadamente US$10 abaixo da paridade de importação. Essa paridade é um indicador que simula o custo de importação do produto e que foi abandonado pela empresa em maio. Vale ressaltar que o relatório do Goldman trouxe boas notícias para a Petrobras.
Segundo os analistas, mesmo em um cenário extremo onde os preços do petróleo Brent aumentem e a Petrobras mantenha os preços dos combustíveis congelados, os resultados da empresa não seriam significativamente afetados. Pelo contrário, as receitas antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) e o fluxo de caixa seriam impactados positivamente em US$2.2 bilhões e US$1.6 bilhão respectivamente a cada aumento de US$10 no barril de petróleo Brent, sem uma adequada transferência para os distribuidores.
No entanto, é importante destacar que essa simulação considera que a Petrobras não assumirá as importações das empresas privadas. Caso ocorra um aumento nos preços internacionais do petróleo, é possível que os importadores privados se desestimulem a fornecer ao mercado, o que poderia fazer com que a Petrobras assumisse essas importações. Porém, o Goldman considera esse cenário improvável, dada as leis e governança atuais que reduzem as chances do governo exigir a importação com prejuízo para abastecer o mercado.
Além disso, o relatório também simulou as perdas que a Petrobras teria caso assumisse todas as importações de gasolina e diesel das empresas privadas. Isso representaria cerca de 70 milhões de barris adicionais por ano. Nesse caso, o EBITDA seria afetado negativamente em US$0.7 bilhão e o fluxo de caixa em US$0.5 bilhão para cada desconto de US$10 por barril de petróleo em relação aos preços internacionais.
No primeiro trimestre de 2023, a Petrobras registrou um EBITDA de US$14.3 bilhões e um fluxo de caixa livre de US$7.9 bilhões. Diante dessas informações, o Goldman Sachs mantém uma postura neutra em relação à empresa estatal. Acompanhar os desdobramentos da política de preços da Petrobras continua sendo importante para os investidores, pois pode impactar os dividendos da empresa.
Resumo da Notícia |
---|
A nova política de preços da Petrobras tem sido acompanhada de perto pelos mercados. |
Estudo da Genial/Quaest revela que apenas 3% dos entrevistados não acreditam em interferência política no assunto. |
Relatório do Goldman Sachs analisa como essa política pode influenciar os resultados da empresa estatal. |
Pesquisa da Genial/Quaest aponta que 63% dos entrevistados consideraram a alteração negativa, enquanto 31% a consideraram regular e apenas 6% a veem como positiva. |
Preços do diesel caíram cerca de 33% internacionalmente desde o início de 2023. |
Preços da gasolina diminuíram 13% internacionalmente desde o início de 2023. |
Preços praticados localmente pela Petrobras estão aproximadamente US$10 abaixo da paridade de importação. |
Relatório do Goldman Sachs traz boas notícias para a Petrobras, indicando que mesmo em um cenário extremo, os resultados da empresa não seriam significativamente afetados. |
Petrobras poderia assumir importações caso ocorra um aumento nos preços internacionais do petróleo, mas esse cenário é considerado improvável. |
Simulação indica que assumir todas as importações de gasolina e diesel das empresas privadas teria impacto negativo no EBITDA e no fluxo de caixa da Petrobras. |
Petrobras registrou um EBITDA de US$14.3 bilhões e um fluxo de caixa livre de US$7.9 bilhões no primeiro trimestre de 2023. |
Goldman Sachs mantém uma postura neutra em relação à Petrobras. |
Acompanhar os desdobramentos da política de preços da Petrobras continua sendo importante para os investidores. |
Com informações do site E-Investidor, nova política de preços da Petrobras pode impactar resultados da empresa.