Relatório: Ativistas do MST ocupam área da Embrapa em Petrolina, Pernambuco
No último domingo, aproximadamente 1.500 ativistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram uma área pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina, no estado de Pernambuco. A ocupação ocorre antes do início do Show Semiárido, evento que acontecerá na unidade da Embrapa em Petrolina, a partir de terça-feira e segue até o dia 4 de agosto. O movimento justifica que essa ocupação visa chamar a atenção para a necessidade urgente de implementar a Reforma Agrária.
De acordo com o MST, as negociações com os órgãos governamentais têm sido estagnadas e não houve avanço na agenda relacionada à reforma agrária. O objetivo principal dessa ocupação é pressionar o governo para cumprir suas promessas e implementar políticas voltadas aos movimentos sociais.
Jaime Amorim, líder nacional do MST em Pernambuco, afirma que foi escolhido o governo Lula como esperança para atender às demandas da reforma agrária e promover políticas favoráveis aos movimentos sociais, ao invés de servir apenas aos interesses agroindustriais.
Além da solicitação por uma parte das terras ocupadas – duas mil hectares – destinada à reforma agrária, o MST também pede por pesquisas em áreas atualmente pertencentes à Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF), Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) e outras terras públicas que possam ser utilizadas para a reforma agrária na região. O movimento ainda reivindica a recriação da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Petrolina.
Segundo o comunicado oficial do MST em Pernambuco, a ocupação anteriormente ocorrida em abril deste ano teve como objetivo chamar atenção para o abandono da área da Embrapa em Petrolina, que deveria ser uma referência na região semiárida. Além disso, denunciava o descaso com as duas mil hectares de terra que foram adquiridas no passado, mas permaneceram ociosas por anos.
Após essa ocupação anterior, o governo propôs alternativas para resolver o conflito. Os pontos acordados consistiam em destinar parte das terras à reforma agrária, fazer estudos sobre as necessidades da Embrapa para pesquisa, fornecer áreas para o assentamento das famílias da ocupação e realizar pesquisas em áreas pertencentes à CODEVASF, CHESF, DNOCS e outras terras públicas na região. Também estava prevista a recriação imediata da Superintendência do INCRA em Petrolina.
No entanto, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, todos esses acordos foram rompidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que agora tenta seguir adiante com o Show Semiárido sem cumprir as obrigações acordadas com as famílias acampadas.
O MST ressalta que não pretende interromper o evento, mas exige que suas demandas sejam atendidas antes de permitir que ele ocorra. O movimento continua a pressionar o governo para que cumpra suas promessas relacionadas à reforma agrária e políticas favoráveis aos movimentos sociais.
Com isso, a ocupação da área da Embrapa em Petrolina continua como uma estratégia do MST para chamar a atenção da opinião pública e pressionar as autoridades competentes a avançarem nas questões relacionadas à reforma agrária. Fica evidente a insatisfação do movimento com a falta de progresso nas negociações e sua determinação em lutar pelos direitos dos trabalhadores rurais sem terra.
| Notícia | Resumo |
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| Relatório: Ativistas do MST ocupam área da Embrapa em Petrolina, Pernambuco | No último domingo, cerca de 1.500 ativistas do MST invadiram uma área da Embrapa em Petrolina, Pernambuco. A ocupação ocorre antes do início do Show Semiárido, evento que acontecerá na unidade da Embrapa em Petrolina. O movimento busca chamar a atenção para a necessidade de implementar a Reforma Agrária e pressionar o governo para cumprir suas promessas. |
Com informações do site Brasil de Fato – Pernambuco.
