Espião russo detido no Brasil tem pedido de deportação negado pelo Ministério da Justiça
O espião russo Sergey Vladimir Cherkasov, que foi detido no Brasil em abril de 2022, teve seu pedido de deportação negado pelo Ministério da Justiça do país. Os Estados Unidos solicitaram a deportação de Cherkasov, que estava utilizando um passaporte brasileiro falso após ser expulso dos Países Baixos.
No entanto, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional considerou o pedido estadunidense “infundado”, uma vez que Cherkasov já está sujeito a um pedido de extradição para a Rússia aprovado pelo Tribunal Supremo Federal. Apesar disso, sua extradição está suspensa devido a uma disposição na Lei de Imigração brasileira, que determina que a entrega voluntária só pode ocorrer após a conclusão do processo caso o extraditado esteja sob investigação no Brasil por crime punível com prisão.
Dessa forma, Cherkasov permanecerá detido no Brasil conforme decisão do ministro da Justiça Flávio Dino. A extradição do espião russo foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, mas está condicionada à conclusão de uma investigação pela Polícia Federal em São Paulo sobre suas atividades de espionagem no país, bem como seus envolvimentos em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Cherkasov atuou como espião do serviço de inteligência militar russo nos Estados Unidos e fingiu ser um estudante brasileiro durante anos. Ele também viveu como estudante brasileiro na Irlanda. Além do pedido dos Estados Unidos, a Rússia já havia solicitado sua entrega voluntária, alegando que ele é um traficante de drogas condenado que fugiu para evitar cumprir sua sentença no país.
Durante sua estadia no Brasil, Cherkasov usou uma identidade brasileira falsa e esconderijos para armazenar dispositivos eletrônicos e mensagens. Esses esconderijos foram descobertos em uma floresta na região metropolitana de Cotia, em São Paulo. O espião também teve acesso a informações sobre investigações de crimes de guerra cometidos pela Rússia no conflito com a Ucrânia enquanto trabalhava na Corte Internacional de Justiça em Haia.
Em uma audiência, Cherkasov admitiu ter usado identidade falsa e expressou seu desejo de ser rapidamente deportado para a Rússia. Seu passaporte original indica que ele nasceu em 11 de setembro de 1985, mas os documentos brasileiros falsos indicam sua data de nascimento como 4 de abril de 1989, utilizando o nome da mãe falecida sem filhos como parte da identidade falsa.
Dessa forma, o detido continuará aguardando conclusão do processo no Brasil enquanto o pedido de extradição da Rússia aguarda execução e o pedido dos Estados Unidos foi negado pelo Ministério da Justiça.
Resumo da Notícia |
---|
O espião russo Sergey Vladimir Cherkasov teve seu pedido de deportação negado pelo Ministério da Justiça do Brasil. |
Cherkasov estava utilizando um passaporte brasileiro falso após ser expulso dos Países Baixos. |
O pedido de extradição dos Estados Unidos foi considerado “infundado” pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. |
A extradição para a Rússia está suspensa devido à Lei de Imigração brasileira. |
Cherkasov permanecerá detido no Brasil enquanto aguarda conclusão do processo e investigações sobre suas atividades de espionagem e envolvimento em crimes. |
Ele atuou como espião russo nos Estados Unidos e viveu como estudante brasileiro na Irlanda. |
Cherkasov utilizou identidade falsa e esconderijos para armazenar dispositivos eletrônicos e mensagens. |
Ele teve acesso a informações sobre investigações de crimes de guerra cometidos pela Rússia no conflito com a Ucrânia. |
O detido aguarda a conclusão do processo no Brasil enquanto o pedido de extradição da Rússia aguarda execução e o pedido dos Estados Unidos foi negado. |
Com informações do site Estadão.