Onda de calor sem precedentes atinge o Mar Mediterrâneo, alerta centro de pesquisa marítima da Espanha
O Mar Mediterrâneo está enfrentando uma onda de calor sem precedentes, com temperaturas atingindo 30ºC, de acordo com um relatório do principal centro de pesquisa marítima da Espanha. A região do Mediterrâneo é particularmente vulnerável aos efeitos do aquecimento global e das mudanças climáticas, e os pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (ICM) constataram que a temperatura média diária da superfície do mar atingiu um novo recorde, chegando a 28,71°C entre os anos de 1982 e 2023.
Essas descobertas foram possíveis graças à análise de dados coletados por satélites do observatório europeu Copernicus. Vale ressaltar que o recorde anterior foi registrado em agosto de 2003, quando a temperatura chegou a 28,25°C. No entanto, os pesquisadores alertam que esses resultados ainda precisam ser confirmados pelo Copernicus.
Temperaturas extremas ameaçam ecossistemas marinhos
Outro aspecto preocupante revelado no relatório é o registro de temperaturas extremas entre a Sicília e Nápoles, onde a água do mar alcançou mais de 30°C, quatro graus acima da média usual. Essa situação representa uma ameaça direta aos ecossistemas marinhos locais.
Um paralelo interessante é feito com as ondas de calor ocorridas entre 2015 e 2019 na região mediterrânea, que resultaram na morte de cerca de cinquenta espécies marinhas, incluindo corais e moluscos, em áreas que vão desde a superfície até uma profundidade de 45 metros.
Impacto das mudanças climáticas no Mediterrâneo
Não é surpresa que o Mediterrâneo seja considerado um local propenso às mudanças climáticas, conforme apontado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). As consequências desse aquecimento global podem ser devastadoras para a região. Caso a temperatura ultrapasse 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, estima-se que mais de 20% das espécies exploradas para pesca no leste do Mediterrâneo possam desaparecer até 2060. Além disso, as receitas provenientes da pesca poderiam diminuir em até 30%, até 2050.
Ações urgentes são necessárias para preservar os ecossistemas marinhos
Esses dados alarmantes ganham ainda mais relevância quando consideramos que a temperatura média do mundo já está cerca de 1,2°C mais alta. Diante dessa situação, é essencial que medidas urgentes sejam tomadas para mitigar os efeitos do aquecimento global e preservar os ecossistemas marinhos tão importantes quanto os do Mediterrâneo. Ações globais e locais de combate às mudanças climáticas são necessárias para garantir um futuro sustentável para a região e para todo o planeta.
Informações | Dados |
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Temperatura média diária da superfície do mar no Mediterrâneo | 28,71°C (recorde entre 1982 e 2023) |
Recorde anterior de temperatura média diária da superfície do mar no Mediterrâneo | 28,25°C (agosto de 2003) |
Temperaturas extremas entre Sicília e Nápoles | Acima de 30°C (quatro graus acima da média usual) |
Mortalidade de espécies marinhas durante ondas de calor entre 2015 e 2019 | Cerca de cinquenta espécies, incluindo corais e moluscos, em áreas até 45 metros de profundidade |
Consequências do aquecimento global no Mediterrâneo | Desaparecimento de mais de 20% das espécies exploradas para pesca até 2060 e diminuição de até 30% nas receitas provenientes da pesca até 2050 |
Aquecimento global atual | Aproximadamente 1,2°C mais quente em média |
Com informações do site SAPO Lifestyle.