Governo federal restabelece estrutura de comunicação governamental com o lançamento do Canal Gov
O governo federal anunciou recentemente o restabelecimento da estrutura de comunicação governamental, que havia sido abolida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio do lançamento do Canal Gov. Esse canal, produzido pela Superintendência de Serviços de Comunicação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), entrou no ar na última terça-feira.
O Canal Gov foi criado com o objetivo de garantir uma comunicação pública eficiente e refletir a diversidade do país em seu conteúdo. Segundo o jornalista Hélio Doyle, presidente da EBC, a criação desse canal não acarretará em perdas financeiras para a empresa. Isso ocorre porque a produção do Canal Gov é resultado de um contrato no valor de R$ 40 milhões por ano firmado com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Essa parceria não está vinculada ao orçamento recebido pela EBC do governo federal para suas atividades relacionadas à comunicação pública.
Reorganização administrativa e separação das áreas de atuação
A contratação de uma agência chinesa de comunicação também não implica em perda de recursos humanos ou diminuição dos serviços prestados pela EBC, de acordo com Doyle. Houve uma reorganização administrativa dentro da empresa, resultando na criação da Superintendência de Serviços de Comunicação, que oferece serviços também para outras entidades.
Anteriormente, os funcionários da EBC atuavam tanto em tarefas exclusivas para empresa quanto em atividades relacionadas à comunicação governamental. Com a criação do Canal Gov, esses profissionais passarão a trabalhar exclusivamente na Superintendência de Serviços de Comunicação, enquanto a TV Brasil retoma seu papel como emissora pública, com foco em promover a cidadania e os valores democráticos.
A separação dessas duas áreas de atuação é vista como importante por Rita Freire, que faz parte da Frente em Defesa da EBC e Comunicação Pública. No entanto, ela levanta preocupações sobre o financiamento e recursos humanos necessários para garantir o funcionamento adequado da EBC. Freire acredita que é fundamental restabelecer o Conselho Curador da EBC, que foi abolido em 2016.
Desafios financeiros e orçamentários
O Conselho Curador era responsável por supervisionar a programação dos radiodifusores, aprovar planos de trabalho e linha editorial da empresa. Composto por 22 membros, incluindo representantes da sociedade civil, funcionários da EBC e do governo, esse órgão desempenhava um papel crucial na garantia da comunicação pública.
Em relação aos recursos financeiros, atualmente a EBC conta com um orçamento discricionário de aproximadamente R$ 149,5 milhões. Deste valor, R$ 119,5 milhões são destinados a despesas operacionais e R$ 30 milhões são direcionados para investimentos. Além disso, há um orçamento obrigatório de R$ 454,3 milhões. No ano passado, o orçamento discricionário foi de cerca de R$ 132 milhões.
Apesar das preocupações levantadas sobre financiamento e recursos humanos, a EBC segue empenhada em prestar os melhores serviços possíveis, mantendo seu compromisso com a comunicação pública de qualidade.
Resumo da Notícia |
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Governo federal restabelece estrutura de comunicação governamental com lançamento do Canal Gov |
Canal Gov é produzido pela Superintendência de Serviços de Comunicação da EBC |
Contrato de R$ 40 milhões por ano firmado com a Secom não afetará financeiramente a EBC |
Contratação de agência chinesa não implicará em perda de recursos humanos ou serviços prestados pela EBC |
Funcionários da EBC passarão a atuar exclusivamente na Superintendência de Serviços de Comunicação |
TV Brasil retoma papel como emissora pública, promovendo cidadania e valores democráticos |
Frente em Defesa da EBC e Comunicação Pública levanta preocupações sobre financiamento e recursos humanos |
Necessidade de restabelecer o Conselho Curador da EBC é destacada |
EBC possui orçamento discricionário de R$ 149,5 milhões e orçamento obrigatório de R$ 454,3 milhões |
EBC comprometida em prestar serviços de comunicação pública de qualidade |
Com informações do site Brasil de Fato.