Em mesa de seminário, parentes de Marielle e Anderson cobram justiça
A noite de 14 de março de 2018 é um marco na história, marcando um antes e um depois. Os familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes expressaram seu compromisso em manter vivo o sonho das vítimas e exigir justiça em discursos emocionantes na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Esses discursos fizeram parte da abertura do 1º Simpósio Internacional Justiça para Marielle e Anderson, que ocorrerá até sexta-feira (22 de março).
O simpósio contará com oito painéis que analisarão questões fundamentais, incluindo a racialização do debate sobre direitos humanos, o papel das Nações Unidas na proteção dos defensores dos direitos humanos, a impunidade nos crimes contra a vida e os caminhos para buscar justiça em casos de feminicídio político e genocídio da população negra.
Mônica Benício, arquiteta e parceira de Marielle, ressaltou que as conquistas alcançadas recentemente são resultado de esforços coletivos. Ela pediu respostas e destacou o tempo que passou desde a tragédia: “Passaram-se 2016 dias sem Marielle e Anderson. Levo uma contagem diária publicamente porque entendemos que é tempo demais para nosso anseio pessoal. Mas principalmente, também é tempo demais para uma democracia que foi construída de maneira muito frágil sobre o sangue das pessoas negras, sobre o sangue dos indígenas”.
Marielle Franco era uma vereadora bem votada nas eleições do Rio de Janeiro em 2016. Ela foi assassinada brutalmente enquanto retornava de um evento, quando o carro em que estava foi atacado por tiros vindos de outro veículo. Os acusados, Élcio Queiroz e Ronnie Lessa, estão sob custódia aguardando julgamento, mas o mandante do crime ainda não foi identificado. As investigações continuam em andamento.
Luyara Franco, única filha de Marielle, ressaltou a importância de preservar a memória da mãe: “Quando o sangue de inocentes é derramado, temos a obrigação moral de garantir que suas histórias, lutas e legados não sejam perdidos no tempo”. Luyara também é estudante de educação física e co-fundadora do Instituto Marielle Franco, uma organização sem fins lucrativos criada pela família para capacitar mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e as comunidades marginalizadas.
Buscar justiça para Marielle e Anderson vai além de encontrar os responsáveis pelo crime. Significa lutar por uma vida digna e igualitária para todas as mulheres negras e garantir que tragédias como essa não se repitam. A família está determinada a continuar lutando por um mundo mais justo e igualitário.
Resumo da Notícia | ||
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Data | 14 de março de 2018 | |
Local | Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) | |
Evento | 1º Simpósio Internacional Justiça para Marielle e Anderson | |
Painéis | – Racialização do debate sobre direitos humanos – Papel das Nações Unidas na proteção dos defensores dos direitos humanos – Impunidade nos crimes contra a vida – Caminhos para buscar justiça em casos de feminicídio político e genocídio da população negra |
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Acusados | Élcio Queiroz e Ronnie Lessa | |
Mandante | Ainda não identificado | |
Família | – Compromisso em manter vivo o sonho das vítimas – Exigir justiça – Preservar a memória de Marielle – Lutar por um mundo mais justo e igualitário |
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Instituto Marielle Franco | Organização sem fins lucrativos criada pela família para capacitar mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e comunidades marginalizadas |
Com informações do site EBC.