No atual cenário econômico brasileiro, surge preocupação em relação à redução da taxa de juros de referência
No atual cenário econômico brasileiro, com a inflação distante da meta central e a batalha contra esse problema longe de ser concluída, surgem preocupações em relação ao ciclo de redução da taxa de juros de referência. José Júlio Senna, líder do Departamento de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), considera complicado que este ciclo termine com uma taxa abaixo de 10%.
Um dos principais fatores que contribuem para essa perspectiva conservadora é a insegurança em relação à capacidade do governo equilibrar receitas e despesas, o que mantém os rendimentos dos títulos de longo prazo em médias históricas. Mesmo com o risco país abaixo da média, os participantes do mercado continuam demandando o que sempre buscaram. Essa situação não é confortável e, enquanto houver incertezas nas finanças públicas, a perspectiva é que a situação possa piorar.
Armando Castelar, pesquisador associado no Ibre/FGV, critica a estratégia governamental para buscar equilíbrio fiscal por meio do aumento de receitas. Ele considera essa abordagem um “falso oponente” que prejudica o crescimento econômico. Segundo Castelar, solucionar problemas políticos através do aumento de impostos afeta negativamente a eficiência do país e contribui para um menor crescimento.
Por outro lado, Silvia Matos, responsável pelo Boletim Macro do Ibre/FGV, aponta um horizonte sombrio em relação ao retorno dos superávits primários e à redução dos custos da dívida. Ela destaca que a diminuição da dívida depende de recuperar superávits primários e reduzir seus custos, porém, esses elementos não estão presentes no momento. Portanto, a perspectiva é que a dívida continue aumentando.
Em resumo, diante das incertezas nas finanças públicas, a taxa de juros abaixo de 10% ao final do ciclo de flexibilização monetária parece improvável. Além disso, medidas governamentais focadas em aumentar receitas podem prejudicar o crescimento econômico. A falta de perspectivas positivas em relação aos superávits primários e custos da dívida também contribui para um cenário desfavorável. Assim, torna-se necessário buscar alternativas eficientes e sustentáveis para equilibrar as contas públicas e impulsionar o crescimento econômico do país.
Resumo da Notícia |
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No atual cenário econômico brasileiro, a taxa de juros abaixo de 10% ao final do ciclo de flexibilização monetária parece improvável. |
Medidas governamentais focadas em aumentar receitas podem prejudicar o crescimento econômico. |
A falta de perspectivas positivas em relação aos superávits primários e custos da dívida contribui para um cenário desfavorável. |
É necessário buscar alternativas eficientes e sustentáveis para equilibrar as contas públicas e impulsionar o crescimento econômico do país. |
Com informações do site Época NEGÓCIOS.