Cultura da doação ganha força no Brasil depois da pandemia
No ano de 2023, é importante ressaltar que a cultura da doação tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, como consequência direta da pandemia de coronavírus que assolou o mundo.
No Brasil, a cultura da doação tem se fortalecido desde o início da pandemia de coronavírus, em 2020. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), 66% dos brasileiros afirmaram ter realizado algum tipo de doação naquele ano, e 37% contribuíram financeiramente para uma causa específica. Dois anos depois, esses números aumentaram significativamente, com 84% dos brasileiros realizando doações e quase metade, ou seja, 48%, contribuindo financeiramente.
Esses dados evidenciam os impactos da pandemia na mudança cultural relacionada à filantropia.
A experiência vivida durante esse período fez com que 38% dos doadores afirmassem que estão dispostos a aumentar suas contribuições para organizações não governamentais (ONGs), por exemplo. Amalia Fischer, cofundadora e CEO da ELAS+ Doar para Transformar, destaca a importância desses números, afirmando que o contexto atual favorece um debate mais profundo sobre filantropia. Ela ressalta que a filantropia vai além da caridade emergencial, buscando resolver as raízes dos problemas sociais que causam sofrimento. É essencial compreendermos que essa prática não é apenas uma tendência passageira, mas sim um trabalho contínuo para construir uma sociedade mais justa e combater todas as formas de discriminação.
Mês da Filantropia: celebrando as contribuições e esforços para a transformação social
No mês de setembro, ocorre o Mês da Filantropia, uma iniciativa criada com o intuito de fortalecer esse movimento de conscientização e promoção da filantropia comunitária e justiça socioambiental no Brasil. Nesse período, são celebradas todas as contribuições e esforços para a transformação social, buscando garantir o acesso aos direitos fundamentais.
No Brasil, as primeiras instituições de justiça social surgiram com as irmandades negras, que tiveram origem na Europa e se expandiram para as colônias portuguesas nos séculos XVII e XVIII.
É importante salientar que as primeiras instituições de justiça social no Brasil surgiram com as irmandades negras, que tiveram origem na Europa e se expandiram para as colônias portuguesas nos séculos XVII e XVIII. Essas irmandades representaram espaços de resistência contra a escravidão, trabalhando com uma perspectiva de equidade de gênero ao cobrir despesas como funerais e compra de cartas de alforria.
Ao longo do tempo, o conceito de filantropia foi transformado pelos movimentos feministas.
Ao longo do tempo e com as mudanças sociais, o conceito de filantropia foi transformado pelos movimentos feministas. Amalia Fischer destaca que essa compreensão foi fortalecida após a 2ª Conferência Mundial sobre Direitos Humanos em Viena, em 1993, quando os direitos das mulheres foram reconhecidos como parte integral dos direitos humanos universais.
Para fortalecer ainda mais a filantropia feminista, é fundamental que cada vez mais mulheres ocupem cargos de liderança e tomada de decisões em organizações e fundos filantrópicos.
Para fortalecer ainda mais a filantropia feminista, é fundamental que cada vez mais mulheres ocupem cargos de liderança e tomada de decisões em organizações e fundos filantrópicos. Isso proporcionará recursos flexíveis às organizações dirigidas por mulheres e demonstrará como a mudança social ocorre de maneira profunda confiando nas organizações. É importante destacar ainda que as mulheres possuem um conhecimento íntimo das necessidades e soluções em seus respectivos territórios.
No Mês da Filantropia, será lançado um projeto que irá comprovar, por meio de dados, como o ativismo das mulheres está impactando positivamente no ecossistema filantrópico.
Em setembro, durante o Mês da Filantropia, será lançado um projeto que irá comprovar, por meio de dados, como o ativismo das mulheres está impactando positivamente no ecossistema filantrópico. Essa é mais uma maneira de celebrar e reconhecer o importante papel que elas desempenham na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
Ano | Porcentagem de brasileiros que realizaram doações | Porcentagem de brasileiros que contribuíram financeiramente |
---|---|---|
2020 | 66% | 37% |
2023 | 84% | 48% |
Com informações do site Terra.