Campanha publicitária online não influencia eleitores em Taiwan
Uma campanha publicitária online não teve sucesso em convencer os eleitores de Taiwan a escolherem o candidato presidencial de Pequim no último sábado. Essa situação pode indicar os limites da capacidade da China de causar discórdia antes das eleições americanas de 2024.
Lai Ching-te, vice-presidente de Taiwan, foi eleito presidente no sábado, apesar das advertências de Pequim para não apoiar um candidato que eles chamaram de separatista e “agitador”. No entanto, o partido do novo presidente perdeu a maioria legislativa.
Antes das eleições cruciais de sábado, propagandistas online espalharam mentiras aos eleitores por meio de múltiplas contas falsas e promoveram um livro fictício que critica o atual presidente de Taiwan. Os analistas afirmam que os eleitores foram bombardeados com postagens falsas em redes sociais que denegriram tanto o presidente atual quanto a democracia em si – dois temas frequentemente promovidos pelo governo chinês.
Essa operação de influência online ofereceu uma visão de como os Estados Unidos podem ser alvo antes das suas próprias eleições. Lennon Chang, diretor interino do DoubleThink Lab, uma organização sem fins lucrativos que combate a desinformação chinesa dirigida a Taiwan, declarou: “Taiwan tem sido há muito tempo um campo de testes para a China experimentar diferentes táticas”. Ele alertou que essas táticas poderão ser usadas para manipular ou disseminar mensagens enganosas.
No entanto, ainda não está claro qual impacto essa propaganda teve sobre as eleições em Taiwan. Embora mensagens artificiais pró-China geralmente recebam pouca interação nas redes sociais, as operações ligadas à China têm se mostrado como uma ameaça séria nos últimos anos.
Em novembro passado, foi descoberta uma ampla campanha pró-China pelo Meta – antigo Facebook – que foi considerada “a maior operação conhecida e oculta de influência cruzada do mundo”. Essa campanha abrangeu mais de 50 plataformas e sites diferentes, mas teve pouca repercussão ou participação.
As autoridades chinesas negam qualquer envolvimento nessas atividades e afirmam respeitar o sistema social atual em Taiwan. Vale destacar que a eleição em Taiwan também teve elementos referendários sobre a eventual reunificação com a China. A atual presidente Tsai Ing-wen pertence ao Partido Progressista Democrático (DPP), que tem uma postura mais favorável à independência em comparação ao segundo maior partido taiwanês, Kuomintang (KMT).
Em dezembro do ano passado, um relatório da empresa analítica de redes sociais Graphika revelou campanhas usando contas falsas nas redes sociais para promover mensagens antidemocráticas relacionadas às eleições taiwanesas desde pelo menos maio de 2022. A maioria dessas contas apresentou pouco impacto entre os usuários e foram removidas no ano passado. No entanto, as operações pró-China continuaram recentemente e incluíram o uso da inteligência artificial para criar personagens promovendo um livro falso sobre Tsai Ing-wen intitulado “A História Secreta de Tsai Ing-wen”. O livro consiste em centenas páginas com afirmações sensacionalistas e infundadas visando denegrir a imagem da presidente taiwanesa.
Portanto, esses eventos mostram como as estratégias cibernéticas estão sendo utilizadas para influenciar processos políticos e levantam questões importantes sobre como lidar com esse tipo de desinformação no futuro.
Fatos Importantes |
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Uma campanha publicitária online não teve sucesso em convencer os eleitores de Taiwan a escolherem o candidato presidencial de Pequim no último sábado. |
Lai Ching-te, vice-presidente de Taiwan, foi eleito presidente no sábado, apesar das advertências de Pequim para não apoiar um candidato que eles chamaram de separatista e “agitador”. |
O partido do novo presidente perdeu a maioria legislativa. |
Propagandistas online espalharam mentiras aos eleitores por meio de múltiplas contas falsas e promoveram um livro fictício que critica o atual presidente de Taiwan. |
Essa operação de influência online ofereceu uma visão de como os Estados Unidos podem ser alvo antes das suas próprias eleições. |
Taiwan tem sido há muito tempo um campo de testes para a China experimentar diferentes táticas de desinformação. |
Ainda não está claro qual impacto essa propaganda teve sobre as eleições em Taiwan. |
Em novembro passado, foi descoberta uma ampla campanha pró-China pelo Meta – antigo Facebook – que foi considerada “a maior operação conhecida e oculta de influência cruzada do mundo”. |
As autoridades chinesas negam qualquer envolvimento nessas atividades e afirmam respeitar o sistema social atual em Taiwan. |
Em dezembro do ano passado, um relatório da empresa analítica de redes sociais Graphika revelou campanhas usando contas falsas nas redes sociais para promover mensagens antidemocráticas relacionadas às eleições taiwanesas desde pelo menos maio de 2022. |
As operações pró-China continuaram recentemente e incluíram o uso da inteligência artificial para criar personagens promovendo um livro falso sobre Tsai Ing-wen intitulado “A História Secreta de Tsai Ing-wen”. |
Esses eventos mostram como as estratégias cibernéticas estão sendo utilizadas para influenciar processos políticos e levantam questões importantes sobre como lidar com esse tipo de desinformação no futuro. |
Com informações do site CNN.