China busca estimular economia com plano de estímulo ao consumo

Governo chinês busca impulsionar consumo familiar para fortalecer crescimento econômico

O governo chinês está focado em impulsionar o consumo familiar como uma estratégia para fortalecer o crescimento econômico do país. Embora ainda não tenham sido anunciadas medidas abrangentes de natureza monetária ou fiscal, estão sendo feitos esforços para estimular tanto os gastos dos consumidores quanto os investimentos no setor privado.

Recentemente, a China fez diversas promessas com o objetivo de reativar a economia e melhorar o ambiente empresarial, especialmente diante das preocupações crescentes em relação às perspectivas de crescimento. O governo e o Partido Comunista têm se empenhado em aumentar significativamente os gastos com bens de consumo e veículos, incentivando as empresas privadas a expandirem seus investimentos e facilitando o acesso ao financiamento para negócios.

No entanto, até agora Pequim ainda não anunciou grandes estímulos monetários ou fiscais, como subsídios em dinheiro para incentivar os consumidores a gastarem mais ou aumentos nos gastos com construção, como ocorreram durante recessões anteriores. Em 18 de julho, treze departamentos governamentais delinearam um plano para aumentar os gastos familiares em uma ampla variedade de produtos, desde eletrodomésticos até móveis.

As autoridades locais estão sendo encorajadas a ajudar os residentes a renovarem suas casas e medidas estão sendo tomadas para melhorar o acesso ao crédito, beneficiando aqueles que desejam comprar produtos nacionais.

Outra medida importante foi divulgada pelas agências governamentais em 28 de julho: um plano para impulsionar a fabricação de bens de consumo menores, como o setor de indústria leve, que representa mais de um quarto das exportações do país. Serão adotadas políticas para aumentar as vendas de produtos domésticos ecológicos e inteligentes em áreas rurais, além de expandir o uso de produtos de bateria em veículos elétricos, estágios energéticos e telecomunicações. Além disso, será ampliado um mercado de ações dedicado a auxiliar pequenas empresas a obterem fundos.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), principal agência de planejamento econômico da China, publicou um documento abrangente em 31 de julho que reafirma muitas das promessas feitas até então. O objetivo é eliminar restrições governamentais ao consumo, como limites na compra de carros, melhorar a infraestrutura e realizar eventos promocionais, como festivais gastronômicos.

Em 27 de julho, o ministro da habitação solicitou aos reguladores financeiros e aos credores que intensificassem os esforços para revitalizar o setor imobiliário. Medidas foram tomadas para estender o alívio creditício às empresas construtoras garantindo a conclusão das moradias em construção. O Banco Popular da China também indicou que permitiria aos credores renegociar contratos hipotecários ou conceder novos empréstimos para reduzir os custos financeiros dessas hipotecas.

Além dessas ações, foi lançado um plano em 21 de julho pela NDRC com dez passos para impulsionar a compra de carros, incluindo veículos de nova energia, com medidas como custos mais baixos de carregamento para veículos elétricos e incentivos fiscais estendidos. Em junho, o Ministério do Comércio começou uma campanha de seis meses para aumentar a compra de carros e incentivar a adoção de veículos elétricos em áreas rurais.

Finalmente, em 19 de julho, o Partido Comunista e o governo emitiram um compromisso conjunto raro para melhorar as condições das empresas privadas após uma repressão regulatória no setor tecnológico. Dentre as 31 medidas anunciadas, destacam-se promessas de tratamento igualitário às empresas privadas em relação às estatais, maior consulta aos empresários na formulação de políticas e redução das barreiras de entrada no mercado para essas empresas.

Com informações do site Bloomberg Línea Brasil.