André Kfouri: Cultura de vitórias de Abel é a marca de um período glorioso na história do Palmeiras
O ditado popular no esporte americano, que aconselha nunca subestimar o coração de um campeão, é uma sabedoria que destaca a importância de reconhecer as habilidades daqueles que conhecem o caminho para a vitória. É um lembrete para os entusiastas da competição de que verdadeiros campeões não devem ser descartados facilmente, mesmo quando parecem estar em desvantagem.
O Campeonato Brasileiro de 2023 será lembrado pela forma como o Palmeiras aplicou sua experiência em momentos cruciais, especialmente devido ao apoio fervoroso dos torcedores, que têm celebrado várias conquistas nos últimos anos. Por outro lado, a grande maioria do público apaixonado por futebol ficará eternamente impressionada com o monumental esforço do Botafogo para evitar a vitória. Esse evento épico não deve ser minimizado para diminuir os méritos do bicampeão – a segunda equipe com mais vitórias, menos derrotas e mais gols marcados -, mas também não deve ser usado para inflar uma campanha com um índice de sucesso de 61%.
Um destaque lamentável foi a queda do Botafogo, uma tragédia tão terrível que levou o clube, ou melhor, aqueles responsáveis pelas decisões no departamento de futebol com promessas de métodos modernos, a perder até mesmo sua dignidade. Até certo ponto é compreensível reclamar da arbitragem após uma excelente primeira metade da temporada e acabar despencando rumo ao rebaixamento. No entanto, apresentar um “relatório” tentando convencer alguém de que houve um esquema manipulativo concedendo dezenove pontos ilegítimos ao Palmeiras é uma demonstração inaceitável de cinismo, especialmente vindo daqueles que ficaram em quinto lugar no campeonato. Nem mesmo o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da CBF, normalmente pouco preocupado com decoro, deveria ter tido coragem suficiente para considerar argumentos desse tipo.
Na verdade, além de fornecer ao Palmeiras a oportunidade de mostrar seu caráter vencedor, o Botafogo também ofereceu a Abel Ferreira uma despedida memorável. Caso aceite a oferta do futebol qatari e se torne o treinador mais bem pago do mundo, ele sairá com sentimentos gratificantes. Abel foi o primeiro treinador brasileiro a receber uma proposta do Al-Nassr – com valores ainda mais impactantes -, o que acabou seduzindo Luís Castro e efetivamente minando a temporada do Botafogo. Sem conquistar o título neste momento crucial, Abel não sentiria essa satisfação palpável por ter cumprido seu dever e terminado em alta.
Independentemente da decisão final tomada por Abel Ferreira, ele será lembrado como um período notavelmente glorioso na história de um clube acostumado às vitórias. A prata é algo tangível que pode ser exibida e registrada em imagens. No entanto, é o esforço feito para conquistá-la que realmente importa nesse caso. Trata-se da ambição incessante desse grupo consagrado ano após ano sem qualquer indício de complacência. O trabalho exemplar realizado por Abel construiu essa cultura vitoriosa que distingue o Palmeiras dos demais times brasileiros. Fica-se imaginando o rumo que esse campeonato teria tomado se fosse sua equipe liderando com folga na segunda metade em vez do Botafogo…
Notícia | Relatório: Desvendando Novas Reações |
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Destaques | – Palmeiras aplicou sua experiência em momentos cruciais – Botafogo fez monumental esforço para evitar a vitória – Queda do Botafogo e críticas à arbitragem – Possível despedida memorável de Abel Ferreira |
Informações adicionais | – Palmeiras é bicampeão com mais vitórias, menos derrotas e mais gols marcados – Botafogo ficou em quinto lugar no campeonato – Abel Ferreira recebeu proposta do Al-Nassr |
Com informações do site ESPN.com.br.